Vengo de la tierra de Macabéa

Soy blanca

pero soy latina.

Soy latina

pero soy brasileña.

Soy brasileña

pero soy del Nordeste.

Hay un abismo entre los Norte y Sur, Nordeste y Sureste brasileños que tiene poco que ver con las distancias medidas en kilómetros. –

Soy nordestina

¡pero soy de Alagoas!

Soy de un estado marcado por la precariedad, por la violencia…

la violencia política, la estructural, la colonial…

por una historia antigua y reciente de tierratenencia, corrupción, migración y descaso.

Pero también de grandes artistas, escritorxs, músicxs, revolucionarixs… de agua de coco, del arte del filé… tierra de la que migró Macabéa en su hora de la estrella –.

Soy alagoana

pero soy de la capital, soy de Maceió, y crecí entre la periferia y el mar.

Y estudié idiomas, y fui a escuelas privadas y terminé en la universidad pública – que es cuando lo público se convierte en algo bueno – .

Soy universitaria

pero soy de Alagoas.

Soy universitaria

pero soy de Comunicación Social.

Soy de Comunicación

pero soy de Relaciones Públicas.

Y en mis primeros meses en la universidad me han hecho saber que, como Relaciones Públicas, mi estatus no era el mismo que si hubiera elegido Periodismo – .

Soy brasileña

pero soy blanca.

Mi pelo rizado es rubio.

Mi pelo rubio es rizado.

Mi pelo rubio-rojo es negro.

Mis ojos azules son grises. Y cuando quieren son verdes, o castaños, o turquesa…pero son grises.

Soy brasileña

pero pienso en castellano.

Amo en castellano.

Escribo en castellano

pero codeo con las fronteras lingüísticas del portugués.

Soy feminista

pero mi feminismo es hispano-europeo.

Es

con toda la carga que la palabra denota

blanco.

Soy feminista hispano-europea-blanca

pero de raíces alagoano-brasileñas.

Y la inquietud ha recorrido mi cuerpo de distintas formas mucho antes de siquiera nombrarme feminista.

Soy feminista hispano-europea-blanca de raíces alagoano-brasileñas en proceso de desblanquización en territorio mexicano.

Soy muchas.

Me cruzan algunas fronteras.

Habito algunos mundos.

Quiero descubrir e inventar unos cuantos más.

Y desconozco mi paradero final.

macabéa


Memória sonora

Comecei a escrever este texto há uns dois meses. Queria enviá-lo ao meu tio para que fosse um testemunho em vida do quão importante ele era para mim. Como se, de alguma forma, isso servisse como uma fonte de força para que ele continuasse lutando contra o câncer. Lamento a minha mania de querer polir tanto os textos que o tempo acaba passando demais. Hoje, depois da notícia da morte dele, o termino impulsada por essa necessidade visceral de depurar a minhas emoções de alguma forma. E é escrevendo como melhor sei fazer isso.

************************************

Ninguém vive sem arte.

Passamos o dia cantarolando uma música. Nos emocionamos com um filme. Reinventamos a realidade a través das páginas de um livro. Somos surpreendidas com um grafiti na esquina. Nos hipnotiza ver a habilidade de um músico, ouvir ao vivo a harmonia, sentir vibrar no coração e quase que tocar aquelas notas… a sensibilidade de quem é capaz de sacar aquele som de um objeto… aquele pack de emoções. E aquilo fica gravado na memória…

A minha arte não é a música, mas das minhas influências artísticas, talvez a música seja a que mais pese. Passei muito tempo pensando que era uma música frustrada. Nunca consegui aprender a tocar nenhum instrumento. Talvez não tenha dedicado o esforço necessário… talvez. Ou talvez eu tenha preferido ser somente uma apreciadora e navegar por outros afluentes… talvez. O caso é que nem sou uma erudita musical nem uma grande entendida do ramo, mas não vivo sem música. Hoje, sou consciente de que a escritura é a arte que compõe as minhas partes, mas que tem uma íntima relação com uma bagagem musical que carrego com carinho.

A gente tem uma memória sonora. A minha vem de longe. As minhas lembranças mais antigas têm uma trilha sonora. E grande parte dessa trilha devo a uma pessoa em particular. Minha infância, adolescência e fase adulta estão povoadas por recordações que soam e vibram ao som de alguma melodia. Especialmente a infância, quando eu passava muito tempo na casa da minha avó/avô materna.

No final da manhã ou da tarde, quando eu geralmente estava brincando na garagem da minha avó, de repente eu ouvia lá de longe “Stairway to heaven”. O som ia se aproximando… cada vez mais perto… até chegar ao meu lado, trazido pela kombi branca do meu tio Juquinha, que soava a pleno volume (sempre!). Isso se repetia quase sempre, quando ele voltava de fazer a entrega dos pães da padaria. Porque, na casa da vovó, brincar na garagem era o que eu fazia, e viver a música, a pleno volume, era o que o Juquinha fazia.

E “Stairway to heaven” era somente uma das tantas canções. Talvez a tenha gravada com mais intensidade porque meu tio dizia que eu me parecia ao “Robert Plant”, pela semelhança da cabeleira. Até hoje ele me chama “galego” (assim, no masculino mesmo).

Lembro também que, muitas vezes, a kombi chegava gritando “Amor”, do Secos & Molhados. Que, por sinal, foi, e continua sendo, um dos meus grupos favoritos.

A minha história com Secos & Molhados começou quando eu tinha lá pelos cinco ou seis anos… Na escola onde eu estudava, todos os anos ensaiávamos uma coreografia para a abertura dos jogos olímpicos do colégio. Naquele ano (1990 eu acho), entre o mix de canções que nos faziam dançar, a professora escolheu duas peculiares. Uma delas me impactou profundamente. Não a conhecia. Cheguei em casa e falei para a minha mãe que “a tia tinha colocado uma música pra gente dançar que era tão triste! Mas tão bonita!” E cantei um pedaço da música para a minha mãe. Era “Rosa de Hiroshima”, do Secos. Minha mãe me disse para eu falar com o meu tio: ele tinha todos os discos do grupo. Casualidade… daquele disco do Secos que tinha “Rosa de Hiroshima”, ele tinha dois exemplares. Me deu de presente um deles.

Meu primeiro disco do Secos & Molhados!

Durante muito tempo aquele disco se repetiu incessantemente na radiola da minha casa.

Mas não só de Secos & Molhados me nutri. Foram muitas as tardes que passei escutando Raúl Seixas na padaria dos meus avós, na companhia do meu outro tio-irmão. A fita k7 com pérolas do Raúl também vinha do arsenal musical do Juca. “Raúl”, inclusive, era como alguns amigos do Juquinha o chamavam… tinha um visual parecido.

Sou uma ouvinte incansável do Raúl desde então. A sua música vem sempre com um toque de saudade daquelas tardes na padaria ou da sala da minha avó, onde estavam todos os discos do meu tio. Além de brincar na garagem, eu gostava de ouvir música na sala e de ficar passando as capas dos discos daquela enorme coleção… queria ver os óculos do Raúl, a cara pintada do Ney… E mais de uma vez recebi alguma mini-bronca do Juca, para que eu deixasse de “brincar” com os discos dele. Precioso tesouro eram aqueles vinis.

E assim segue a minha memória sonora na infância-adolescência: alguns flashes, talvez os mais antigos de todos, dele tocando violão sentado no sofá da sala dos discos; com lembranças do meu tio tocando flauta na garagem; voltando de viagem carregado de instrumentos andinos, depois de que passou uns meses de andanças pela América do Sul; ouvindo-o tocar a zampoña na sala da minha avó e assistindo as apresentações do grupo “Encuentros”, aquele projeto de música latina, especialmente andina, que ele tinha iniciado com companheiros (até hoje murmuro refrões aprendidos naquela época); vendo como ele tocava a rabeca por ele mesmo fabricada; ouvindo os poemas e cordéis musicados que compunham o repertório daquele projeto tão vivo que era o “Luz de candeeiro”; ouvindo os sons dos pífanos e vendo a ilusão e energia com a que ele coordenava o grupo de pífanos das crianças da Casa da Arte; escutando uma e outra vez aquela bela composição de sua autoria, “Infância”, incluída no segundo disco do Wado; e, nos últimos meses, repetindo com orgulho que ele tinha dado um tempo nos instrumentos de sopro para estudar violão e que, apesar de tudo, ele continuava vivendo a música.

Minhas grandes influências musicais vêm daí. A minha poesia vem daí. Dessa íntima relação com a música que alimentou meus anos e que, em grande parte, nasce daquele poço de arte andante que era o meu tio. A minha história não pode ser contada sem passar por essa musicalidade. Sem lembrar que todos os meus dias são atravessados pelo peso suave de alguma melodia… Melodias quase tão suaves como a sua voz ao dizer “galego”… A minha história é impossível de ser contada sem essa minha memória sonora. E a minha memória sonora tem um nome, se chama Juquinha.


Hace año y medio, cuando presenté el libro de Sayak

Releyendo cosas, revolviendo escritos, me encontré con lo que, en su día, fue, más o menos, el texto que había preparado para presentar el libro de Sayak Valencia, «Adrift’s Book», aquí en Valencia, en La Mandrágora. Quería haberlo subido al blog, como se puede imaginar, desde hace mucho. Pero no lo hice. Nada me impide que lo haga ahora…:

 

Cuando Sayak me comentó de hacer la presentación de su libro, me entró una mezcla de ansiedad, ilusión, miedo, ganas… eso por el simple hecho de que nunca había presentado un libro antes. Y no me da ningún corte decirlo aquí… Lo máximo que puede pasar es que, dada mi inexperiencia, esta no sea una presentación “estándar” (por decirlo de alguna forma). Pero tampoco lo es el libro de Sayak, y eso me ha tranquilizado un poco más.

 

Ayeri Sayak hablaba de que le gusta ser sincera con la personas que deciden leerla. Y le pido disculpas si me adelanto a lo que, tal vez, debería ser dicho por ella misma. Pero antes mismo de ayer, un poema de Alejandra Pizarnik ya estaba dando vueltas en mi cabeza. Es muy cortito y me gustaría leerlo para introducir. Se llama FRONTERAS INÚTILES:

 

un lugar

no digo un espacio

hablo de

          qué

hablo de lo que no es

hablo de lo que conozco

no el tiempo

sólo todos los instantes

no el amor

no

  si

no

un lugar de ausencia

un hilo de miserable unión

 

Ayer fue cuando conocí a Sayak personalmente, y mientras ella me hablaba de cómo no puede separar su práctica filosófica de su práctica literaria, en un momento dado, paró y me dijo “si hablo demasiado rápido, me lo dices…” con una cara de quien pensaba “esta chica no me está entendiendo”. Y puede que yo realmente llevase una cara de “medio perdida”. Pero no porque no le comprendiera. A este punto, Sayak ya sabía que yo soy brasileña. Pero lo que ella no sabía es que yo llevaba unos días (tal vez meses) en los que mi cuerpo se había convertido en un territorio incómodo.

 

Lo que ella tampoco sabía es que yo había estado, esta misma madrugada, hasta las 5 de la mañana, leyendo Adrift’s Book por segunda vez. Y que esto había coronado mi sentimiento de incomodidad. No porque no me haya gustado el libro, sino todo lo contrario: Adrift’s Book ha dialogado mucho con el momento en el que me encuentro. Es un libro que busca deconstruir los dictámenes del género, del sexo, de la literatura. Y no me considero apta para teorizar demasiado sobre esto –aunque hace mucho he adoptado la palabra “deconstrucción” como consigna– pero este es un libro de mentes inquietas en cuerpos incómodos y, por eso, lo he sentido en mis carnes.

 

Adrift’s Book consigue plasmar muy bien lo que dos otros filósofos (Gilles Deleuze y Félix Guattari) decían de hacer uso de un biligüismo o, incluso, un multilingüismo en nuestra propia lengua; de estar en su propia lengua como una extranjera. En este aspecto, Sayak es una verdadera políglota. Escribe en un tránsito lingüístico, de estilos, de géneros… y rompe con las etiquetas de lo normativo.

 

Yo ya había leído algunas entrevistas de Sayak y sé que ella habla también desde el Transfeminismo. Y este es igualmente un tema de fondo en Adrift’s Book, en el que, muy sutilmente, se articula la política transfeminista de coalición, en la que los sujetos con distintos antecedentes se respaldan mutuamente. Y son sujetos no sólo el cuerpo que ha sido denominado como femenino, como comentó Sayak en otros momentos, sino también las/los migrantes, las/los transgénero y otros tránsitos. Es en esta capacidad de articular estos tránsitos que asimilo la escritura de Sayak como transgresora.

 

Y es verdad que, tal vez, como dijeron también ayer (y que supongo que ella habrá oído en otros momentos), su escritura sea para una minoría. Pero esta literatura “menor”, también en el sentido deleuziano, la entiendo como la literatura que reúne las condiciones realmente revolucionarias en el seno del lenguaje y de la literatura normativa, masiva.

 

Desde el transfeminismo, desde su no-novela, a la deriva (como en adrift), se propone este ejercicio de auto-reflexión, de pensarse a si misma y pensarse en la otra y vice-versa. Y no es un ejercicio que nos lleva a un callejón sin salida y poco práctico en el cotidiano. Creo que es justo lo contrario. Creo que justamente porque las fórmulas estáticas han fallado socialmente, deconstruir conceptos es una práctica (y no digo la única) que nos puede ofrecer herramientas que dialogan mucho más con lo cambiante que son los procesos de una sociedad determinada, porque hace que el botón de la auto-crítica esté siempre en intermitente.

 

Y yo podría seguir sacando referencias aquí… porque Adrift’s Book te regala nuevos elementos a cada nueva lectura. Pero ya…no conviene… en cambio, terminaré con un fragmento de Chantal Maillard, otra poeta y también filósofa que me ha aportado mucho últimamente y que creo que podría haber sido una buena presentación para Adrift’s Book. Dice Chantal:

 

escribir

¿y no hacer literatura?

¡y qué más da!:

hay demasiado dolor

en el pozo de este cuerpo

para que me resulte importante

una cuestión de este tipo.

                                   Escribo

 

para que el agua envenenada

pueda beberse.”

 

adrifts-web2

 

 

__________________________________

iEl “ayer” se refiere a la presentación que se hizo la tarde anterior, en la Librería Primado, cuando conocí personalmente a Sayak.


Jazmín

Bajo este jazmín

soy perra feliz

soy amante del gozo

pieza fundamental de un finito pulsar.

 

Bajo este jazmín

soy sola y soy plena

soy yo

soy misma

soy varias

distintas.

 

Bajo este jazmín

soy flores que se precipitan en su caída

que se sienten sentidas

acarician el suelo

adornan los días.

 

Bajo este jazmín

soy ramas que se abrazan

palabras que se cruzan

se desatan

se cuestionan

se (des)afirman

y se hacen querer.

 

Bajo este jazmín

soy olor a mañanas tardías

ojos silenciosos

ojos-espejos

ojos-que-dicen

tacto caliente

piel salada.

 

Bajo este jazmín

soy feroz sentir

soy aliento humeante

soy caricia deseante

que se sabe (no) tener fin.


Respirando hondo

No respiré hondo
para tragar el llanto
y verte venir.

Tampoco para fingir espontaneidad,
regalar falsas sonrisas.

No respiré hondo
para hundirme en las olas,
ni aguantar el golpe del agua.

No respiré hondo
para lanzarme al vacío
y esperar que eso que llaman destino,
u oportunidades,
me agarre.

no. nO. NO.

Respiré hondo
para hacer crecer mis pulmones,
levantar los hombros en espalda erguida
y oír el golpe de mis manos en mi pecho al decir
“¡Ven, si quieres!”
“Que yo ya sé hacia donde ir.”


Despuntar de (in)certezas

Vacía de palabras
tras el golpe esterilizador de las críticas ajenas.

– Enséñeme usted a lidiar con esas opiniones tan bien formuladas y que tanto me aportarán.

En mi vida, no aprendí a hacerlo.

Envidio a las atentas que, tan humildemente, se ponen en el papel de constante aprendices, reformulando sus obras.
Yo no.

En cambio, aprendí que no se puede agradar a todas.
Que no puedo abortar mi proceso.
Ni esterilizar mis ideas porque lo que escribo no es suficiente literatura para algunas.

Me tiro en un océano idiomático desconocido.
Me atrevo a nadar en aguas apenas adentradas.
Me debato rudimentariamente entre palabras,
cual novata dando sus primeras brazadas.

– Es primario lo que escribo.
– Sí, es primario.

En eso estamos de acuerdo.
Y es que siempre hay quien te recuerde la importancia de lo primario.


Las feministas somos lo máximo

Y he que a las 11 de la noche de un lunes lluvioso (¡ojo, que los días lluviosos también me gustan!), me meto en internet y veo una iniciativa que es igualmente divertida, creativa y reivindicativa. Pero la cabeza cansada no da para mucho más. Así que haré un copiar-pegar de las palabras de la propia Diana (quien empezó esta especie de cadena). Pero, en realidad, da igual. Lo importante mismo es que: LAS FEMINISTAS SOMOS LO MÁXIMO!

lasfeministas

«Espantoso verdad, haced la prueba, en el idioma que queráis, introduciendo en el buscador de google “las feministas son”, google nos sugiere completar la frase con esas lindezas, sudece lo mismo cuando ponemos “las mujeres son”.

A veces hay cosas que nos joden y que no podemos cambiar. Pero esto sí podemos cambiarlo. Google por supuesto es sólo una herramienta, no tiene personalidad propia, google no es un machirulo con identidad ni voluntad. Lo que sucede es que es matemático y es así como nos entrega las búsquedas que hace. De ese modo si ponemos “Las feministas son” y nos salen esas barbaridades es porque son las cosas que en más número se dicen de nosotras. Lo cual en lugar de entristecernos debería hacernos sentir mejor, significa que tocamos las narices a la mayoría, es decir, a quienes soportan este sistema opresor patriarcal.

Desde aquí hago una propuesta para cambiarlo. Es muy simple. Estas son las cosas que podemos hacer:
– Las que tenéis blogs publicad un post que se llame “Las feministas somos lo máximo” con el contenido que queráis.
– Las que no tenéis blog clicad todas las veces que os apetezca en los post de las que hemos publicado con el título “Las feministas somos lo máximo” (cuantas más mejor, podéis darle a la tecla F5 para refrescar la página y eso contará para google como una visita).
– En Facebook: Compartid los links a los post de las que se apunten a esto, compartidlo en vuestros muros o en vuestras fb pages.
– En Twitter, compartid los links y también usemos la etiqueta #LasFeministasSomosLoMaximo
Haciendo que esas palabras existan en mayor número para google que las otras que aparecen en la foto, creo que si nos lo tomamos como una intervención divertida podemos conseguir cambiarlo.

Qué me decís? Os apuntáis?»

Y terminaré, igualmente, con la Liliana Felipe 🙂


Por estas líneas

Por líneas inconcretas,
inconexas,
he amado,
fantaseado.
He hecho de palabras gotas ácidas
que recorrían la distancia entre mis ojos
y las páginas en blanco,
en una caída libre.

Libre.

Por tantas líneas,
convenientemente oscuras,
otras oscurecidas
en la humedad de cajones,
cajas
y libretas abandonadas,
he dejado el espacio pertinente
entre aquellas hojas no fechadas
y el ahora.

Por líneas como estas,
me he sanado,
subsanado
y congelado imágenes bajo mis párpados,
cual fotografías deseosas de volver al anonimato de aquellas carpetas
cuya única información será
“fecha de modificación: indefinida”.

Por líneas,
otras tantas veces claras,
inflamables,
he deseado
y me he inflado en pasiones.
No miles,
sino las justas.
He clavado uñas en almohadas
y burlado sábanas.
He contemplado la soledad
para luego volcarla en un derramamiento de tinta negra.

Por estas líneas,
me he escondido,
me he abierto.
Me he perdido en calles sin mapa
y en poemas sin final.

Por estas
y con ellas,
tracé otras tantas
y tantas me trazaron a mí.


Untitled 2

Mientras era audiencia,
en un impulso,
quise roer el esmalte rojo recién pintado.
Recordé que los labios,
también rojos,
no merecían ser manchados
por las ruinas de un azote emocional.

Las uñas, intactas.

Como audiencia,
llegué al máximo soportado
en mi escucha.
Arranqué a salir.
No diré que siquiera miré por última vez.
Porque, sí, lo hice.
Pero emprendí la marcha,
tal vez tardía,
pero a pasos firmes.

 


Mi no-rescate

Calambres en los párpados.
Patada en la boca del estómago.
Se te atraviesa el mástil de aquél barco
en el cual habías jurado no volver a navegar.
Y te ahogas.
Porque esta vida
no hay quien la salve.
Te ahogas.
Porque tragar agua,
así como sapos, culebras y toda una fauna por descubrir,
forma parte del no-rescate.
No-rescate.
No-rescate.
No tragarte.
Me ahogaré en mi saliva y las negras lágrimas
que caen cual rocas
y que me lanzan hacia el fondo.
Y todos los seres vivientes
del más profundo suelo arenoso
harán de mí su banquete.
Pero no te tragaré.
Y no me rescatarán.